quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Guarani das Missões

Como dito em algum momento, o ônibus de Santo Ângelo a Porto Xavier para ao longo da estrada e entra em todos os municípios do caminho. Um deles é Guarani das Missões. Percebi vários nomes poloneses pelas ruas e até uma construção típica. Como sabia que a pessoa ao meu lado era dali, indaguei sobre isso e ela disse que Garani é a maior cidade polonesa do RS!


Muitos nomes poloneses pelas ruas.

Minha surpresa se deu porque sou descendente de poloneses (Zechlinski) e nunca tinha ouvido falar do município. Decidi que um dia eu o visitaria.

Como não pude entrar no Paraguai e já tinha um dia a mais reservado para eventualidades no meu planejamento, quando estava em Porto Xavier prestes a pegar o ônibus de volta para Santo Ângelo, me deu o estalo: por que não ficar em Guarani das Missões, afinal, aquele "um dia eu o visitaria" tinha toda cara de "nunca", e o ônibus entraria na cidade de qualquer jeito.

Tentei rapidamente encontrar um anfitrião ou até mesmo um hotel, mas não obtive sucesso. Contactei meu anfitrião de Porto Xavier, que pesquisou entre seus colegas e descobriu o único hotel da cidade. Liguei, reservei e lá fui eu!

A cidade é bem pequena (menos de 8 mil habitantes, segundo o IBGE), ampla e tranquila. Dei uma volta na praça Papa João Paulo II e na Paróquia Santa Teresa Dávila, sem maiores atrativos. 


Onipresente.

Aí fui para o Parque de Eventos Clemente Vicente Binkowski. Além de ser uma área bastante agradável, onde, ao final da tarde, havia muita gente caminhando e correndo pela pista de atletismo, há algumas construções típicas muito interessantes.


Casa sem prego.


Acho que é um restaurante.


Casa Polonesa.

Caminhando aleatoriamente pela cidade fui parar na Câmara de Vereadores. Percebi que iria começar uma sessão e me abanquei, mas ela não começou nunca e, após ler os sobrenomes de todos os vereadores que o município já teve na busca infrutífera pelo meu, fui embora.


Tinindo de nova.

Além dos sobrenomes poloneses por tudo, chama a atenção também que muitas construções são nas cores da bandeira polonesa (vermelho e branco). Talvez por isso o único restaurante disponível para jantar fosse colorado, no sentido futebolístico da palavra.


Tudo vermelho e branco.


Esse desbotou...

Assim que o sol se pôs, a cidade morreu (não que estivesse muito viva antes disso...), então resolvi voltar para o hotel depois da janta.


O único movimento na noite...

A farmácia mais polonesa  do Brasil (?) ainda estava aberta, então resolvi entrar para apreciar a decoração e fiquei de papo com a farmacêutica, que me deu várias dicas (polonesas, não de fármacos!).


O nome e as cores já diziam algo...


Por dentro é quase uma galeria de arte polonesa.


Orgulho da origem!

No dia seguinte fui conhecer a Casa de Cultura Helena Carolina, onde encontrei a Gisela, uma senhora muito simpática que não só fez um tour pela casa comigo, como conversamos bastante sobre várias coisas. Ela até gravou um vídeo para mim!:




Casa de Cultura Helena Carolina.

Quando soube que tenho formação em inglês, fez questão de me levar na sala onde algumas meninas estavam tendo aula. Aproveitei para gravar um vídeo delas contando até dez - óbvio que não em inglês!:



Como reclamei que a cidade não tinha nenhuma sinalização para turistas, ela me sugeriu levar isso à prefeitura, o que fiz assim que saí dali - não só pela sugestão dela, mas porque geralmente as prefeituras ficam em casas antigas, o que sempre me interessa.

Quando me apresentei na prefeitura (descendente de poloneses conhecendo a cidade), a recepcionista logo me encaminhou para o secretário de administração e fazenda. Assim que comecei a falar com ele, entendi o porquê desse encaminhamento. Vilmar Person é descendente de suecos e tem blogue e canal do Youtube a respeito desse fato e também sobre o município em geral. Aprendi que os poloneses são os mais visíveis e em maior número, mas que Guarani das Missões foi também povoada por suecos, ucranianos, tchecos etc. Ficamos um tempão conversando e vendo vídeos e fotos.


Resumo.

Quando saí já chovia muito, então fui almoçar e depois peguei o ônibus para Santo Ângelo e, de lá, para Porto Alegre. Era o fim da minha aventura missioneira!

Em tempo, não encontrei meu sobrenome em nenhum lugar do município. Alguém me garantiu que no cemitério encontraria, mas, com a chuva, acabei deixando para outra hora...

Gastos
  • Ônibus de Porto Xavier: R$ 30
  • Ônibus para Santo Ângelo: R$ 12
  • Hospedagem: R$ 70







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