quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Posadas

Posadas é a capital da província de Misiones, Argentina. Não tinha nenhum interesse nela, apenas atravessar dali para o Paraguai. Há um trem que atravessa a ponte internacional, que, embora deva ser bastante agradável (como Sheldon, adoro um trem!), me obrigaria a gastar com deslocamento até o trem e, depois da travessia, do ponto final  até o centro de Encarnación, no Paraguai. Resolvi, então, pegar o ônibus internacional, que sai da própria rodoviária de Posadas e me deixaria diretamente no centro de Encarnación.


Posadas vista da ponte internacional.

Quem vai de carro ou moto enfrenta uma longa fila na fronteira. Já quem vai de ônibus tem uma via separada, muito mais ágil. O ônibus para na aduana argentina, todos descem e fazem a saída do país, o que não levou 10 minutos. Aí todos votam pro ônibus, atravessamos a ponte e descemos na aduana paraguaia para fazer a entrada no país. Também tudo muito rápido, mas...

Já na fila vi que havia no vidro da imigração uma mapa do Brasil falando em febre amarela e tremi. Não porque estivesse com a tal febre, mas porque me dei conta de que para entrar no Paraguai os brasileiros precisam apresentar comprovação de vacinação, o que eu não tinha!

Ou seja, enquanto meus companheiros de ônibus voltavam para ele a fim de seguir viagem Paraguai adentro, para mim foi o fim do plano de conhecer as missões paraguaias...

Após passar por decepção, raiva, tristeza e autoflagelação, peguei o ônibus no sentido contrário e voltei para Posadas completamente arrasado.

Cheguei  na rodoviária totalmente perdido. Meu primeiro impulso foi pegar o primeiro ônibus para San Javier e voltar para casa, mas... não desisto assim tão facilmente.


O contraste latino-americano se fazendo presente.

Da rodoviária entrei em contato com um possível anfitrião, mas ele estava viajando, então comecei a procurar no Couchsurfing alguém que pudesse me hospedar por uma noite, pois, se o universo queria que eu ficasse em Posadas, passaria a noite ali e descobriria seus encantos!

Obviamente ninguém respondeu minha solicitação (devo ter soado tão desesperado que afugentei anfitriões em potencial). Então, já desiludido e necessitando tomar uma decisão antes que ficasse muito tarde, fui para o café da rodoviária, onde contei essa história toda para um cara que estava esperando o ônibus para voltar pra casa na província de Corrientes. Meio sem jeito, talvez até desejando que eu recusasse, me ofereceu hospedagem. Apenas perguntei se tinha algo legal na cidade dele, ao que ele disse lindas praias de rio, e eu aceitei imediatamente o convite!
Não era aventura que eu estava querendo?!

Claro que alguma precaução tomei. Ainda faltava cerca de uma hora pro ônibus dele sair, então fiquei conversando com ele até 10  minutos antes da partida para me certificar de que ele não era nenhum maníaco e comprar a passagem.

O resto fica para o próximo artigo, sobre Ituzaingó.

Aqui conto que, da casa dele voltei para Posadas para continuar a viagem. Como teria umas 3 horas até meu próximo ônibus, peguei um ônibus municipal e fui para o Museu Histórico e Arqueológico Andres Guacurari, pois o Google me dizia que, mesmo sendo domingo, estava aberto.

O Google também mente. Então fui caminhar pela Costanera (calçadão que margeia o rio fronteiriço) e conhecer algumas atrações por ali.


Breve relato sobre a Costanera.


Costanera.

A primeira com que me deparei foi o Monumento a los Caídos en Malvinas:


Na sequência me deparei com a Plazoleta del Papa, onde, obviamente, há uma estátua dele:


Por último, passei pelo Monumento al Comandante General Andresito Guacurarí, natural de São Borja:


Voltei para rodoviária (a essa altura já quase meu segundo lar) quase na hora do meu ônibus, mas ainda deu tempo de correr até um caixa automático para sacar dinheiro, pois, como Posadas foi o único lugar onde pude pagar algo com cartão de crédito, meu dinheiro estava terminando!

Praticalidades
  • A rodoviária é tranquila e tem todos os serviços, menos wi-fi decente. Como bateu o desespero para encontrar anfitrião, precisava de internet boa, então comprei um chipe com crédito para meu celular ali mesmo.
  • Tem também guarda-volume, que utilizei para deixar a mochila a fim de dar a volta pela Costanera.
Gastos (aqui o câmbio passa a ser 13 Pesos por Real)
  • Ônibus de San Ignacio: ARS 140 = R$ 11
  • Ônibus internacional: ARS 100 = R$ 8
  • Ônibus municipal: ARS 28 = R$ 2
  • Guarda-volume: ARS 50 = 4
  • Chipe para celular com crédito: ARS 240 = R$ 18

Nenhum comentário:

Postar um comentário